quarta-feira, 25 de agosto de 2010

ASA e Embrapa planejam pesquisa inédita para averiguar impactos das ações de convivência

A exemplo da Agroecologia, a metodologia da pesquisa será participativa e vai envolver as famílias agricultoras na sua realização. Este é um dos grandes desafios e avanços da iniciativa.
Em que medida as experiências defendidas pela Articulação no Semi-Árido (ASA) vêm aumentando a segurança alimentar e a geração de renda destas famílias? Quais impactos nas relações de gênero e de geração a convivência com o Semiárido tem gerado na região?
Questões de caráter qualitativo, como essas, moveram a ASA e a Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias (Embrapa), órgão ligado ao Governo Federal, a firmar uma parceria para a realização de uma pesquisa inédita nos 10 anos da Articulação. O grande mérito da pesquisa é assegurar um olhar não só para as tecnologias sociais, como as cisternas (foto), mas para todo processo de mobilização social, que constitui a alma das ações de convivência da Articulação.
Em linhas gerais, os principais produtos esperados da pesquisa são: averiguação do impacto qualitativo e quantitativo do P1MC e P1+2 em quatro territórios do Semiárido brasileiro, indicação de possibilidades de melhoria do aproveitamento da água armazenada nas infraestruturas hídricas e definição de novos temas para pesquisa na área de recursos hídricos no Semiárido.
Um grande desafio e avanço da pesquisa é que a sua metodologia será participativa. A ASA defende que a construção do conhecimento seja resultado do envolvimento não só dos pesquisadores da Embrapa, como também das organizações que fazem parte da rede e das famílias agricultoras.
“Esta iniciativa abre um campo de ação desafiador para a ASA e a Embrapa. Há [no conceito da pesquisa] um caráter estratégico para a conquista de uma nova abordagem voltada para fortalecer o enfoque agroecológico. Esta abordagem proposta não faz parte do universo mais amplo da pesquisa institucional no Brasil”, destaca Luciano Silveira, membro da Comissão Executiva da ASA.
Para Cristina Nascimento, também da ASA, esta parceria tem um forte significado político que é a conquista de espaço dentro de instituições governamentais que se dedicam ao desenvolvimento da agricultura no país. “Na Embrapa há um grupo de pesquisadores que acreditam na proposta de convivência que defendemos. Através desta parceria, temos a oportunidade de conquistar mais pessoas para olharem de forma diferenciada para as potencialidades da região e para a proposta de convivência que defendemos”, assegura.
O gestor dos projetos de pesquisa relacionados com a agricultura familiar da Embrapa, Marcelo Gastal, explica que as pesquisas desenvolvidas no âmbito da agricultura familiar têm lançado mão de metodologias participativas, diferenciadas dos métodos convencionais. Segundo ele, a oportunidade de trabalhar com a ASA potencializa a experiência que começa a ser desenvolvida na Embrapa e indica formas de cada vez mais desenvolver pesquisas “para e com o agricultor”.
A pesquisa – A iniciativa ainda está em fase de concepção. Na última das três reuniões entre a ASA e a Embrapa , ocorrida este mês, foi elaborado um documento que servirá de base para a elaboração do projeto de pesquisa. A previsão de conclusão do projeto é dezembro. Para 2011, estão previstas a etapa de captação recursos e de realização da pesquisa.


Fonte: ASAcom

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