quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Feira do Semiárido cresce em importância e reúne novos parceiros

Dona Miralva, Poço Comprido, Vitória da Conquista.Beneficiária dos Projetos da ASA
Foto do Arquivo do CEDASB.
A relevância das discussões acerca de desafios e sustentabilidade da região fez com que a 7ª Feira do Semi-Árido ganhasse novos parceiros e que fosse organizado evento paralelo de importância para as diversas comunidades baianas envolvidas. Neste sentido, Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, a Secretaria de Planejamento da Bahia (Seplan), Governo do Estado e Petrobrás convidam a comunidade para a realização da Feira e do Fórum Baiano de Desenvolvimento no Semi-Árido, no período de 15 a 17 de dezembro no campus.
   Este ano a Feira vai abordar o tema Saberes e Fazeres do Semi-Árido Contemporâneo.   Como nas edições anteriores, é esperada a participação de centenas de pessoas de diversos municípios baianos. O objetivo é discutir os problemas dessa sub-região do Nordeste, com a identificação de desafios e as potencialidades regionais, observando a capacidade do povo para oferecer produtos e idéias que refletem tanto a convivência quanto os caminhos do desenvolvimento regional.
   Estão previstos minicursos, palestras, oficinas, roda de prosa, relatos de experiências, exposições, estandes, lançamentos de livros e atividades culturais.
   O evento pretende aprofundar a discussão na tentativa de compreender as diferentes “maneiras de fazer”, desenvolvidas pelas pessoas que convivem no semi-árido para superar os problemas impostos pelas questões socioambientais e socioculturais.
   Este ano será realizado em paralelo mais dois eventos, o Fórum Baiano de Desenvolvimento e Territorialidade no Semi-árido e o 3º Seminário de Mulheres Rurais.
   Participam do evento representantes de municípios do semi-árido e entidades parceiras, como IMA, EBDA, Acup, Associação Mariense de Apicultores (Amapi), Associação de Artesãs do Papagaio, Associação de Produtores Orgânicos, Cesol Portal do Sertão, Catrufs, Grupo Tecer Arte, Umbigo – Grupo de Mulheres Permacultoras.
   O Fórum de Desenvolvimento é organizado através das articulações da Sedir, Seplan, Seagri, Sect e Serin com a Uefs, UFRB, BNB, Petrobrás, Desenbahia, CET, Fórum Baiano de Agricultura Familiar, ASA e Fetraf-BA. O Fórum será desenvolvido nos dias 15 e 16 de dezembro.

Informações podem ser obtidas através do telefone da Pró-reitoria de Extensão – 3224-8026/ 3224-8154 ou acessando o site do evento  http://www.uefs.br/feiradosemiarido

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Carta de Dilma às Organizações da Sociedade Civil

Carta às Organizações da Sociedade Civil

Minhas amigas e meus amigos,
Recebi o documento “Plataforma por um novo marco regulatório para as Organizações da Sociedade Civil”, assinado por um grande número de instituições, fóruns, redes e grupos organizados da Sociedade Civil.
Manifesto minha satisfação diante da oportunidade de tratarmos de questão tão importante para a sociedade brasileira, numa perspectiva de aprofundamento das relações e da criação de condições mais adequadas para as parcerias imprescindíveis junto às três esferas de governo, o que requer o correspondente fortalecimento institucional e político das organizações da sociedade civil.
O compromisso com a democracia implica no estabelecimento de relações entre o Estado brasileiro e a sociedade civil organizada pautadas no respeito à autonomia, na liberdade de expressão e organização da sociedade, na transparência, na probidade e integridade no tratamento do interesse público.
Também há que se reconhecer como este governo fez diferente no sentido da superação da cultura e da convivência clientelista, pautando-se por uma relação democrática, respeitosa e transparente com as organizações da sociedade civil, compreendendo seu papel fundamental na construção, gestão, execução e controle social das políticas públicas.
Tivemos a oportunidade de encontrar, no nosso governo, muitos parceiros em cada canto do Brasil, que se dispuseram a realizar, conjuntamente, ações e objetivos assegurando dignidade, acesso aos direitos e necessidades fundamentais da população em áreas como segurança alimentar e nutricional, geração de renda e inclusão produtiva, entre outras.
Alcançamos um lugar qualificado, compreendendo o papel do Estado como garantidor e afiançador dos direitos de cidadania, nos termos da nossa Constituição, acolhendo as iniciativas da sociedade e seu papel, sobretudo, no fortalecimento da democracia, na defesa de direitos e do controle social.
A “Plataforma por um novo marco regulatório para as Organizações da Sociedade Civil”, que li atentamente, nos propõe uma relação jurídica mais adequada entre o Estado e as OSCs, reconhecendo que, para cumprirem suas funções, as entidades devem ser fortalecidas sem que isso signifique reduzir a responsabilidade governamental, em um ambiente regulatório estável e sadio.
Compartilho com vocês este mesmo entendimento e afirmo a disposição de, no nosso governo, aprofundar e estreitar as relações em torno de compromissos e projetos, balizados em políticas públicas que considerem as experiências e as realidades regionais.
Nesse sentido, assumo o compromisso, se tiver a honra de ser eleita Presidente, de constituir um Grupo de Trabalho, composto por representações das OSCs e do governo, que possam expressar a diversidade de temas e interesses na esfera pública, sob liderança da Secretaria Geral da Presidência da República, com o objetivo de elaborar, com a maior brevidade possível,no prazo máximo de um ano, uma proposta de legislação que atenda de forma ampla e responsável, as necessidades de aperfeiçoamento que se impõem, para seguirmos avançando em consonância com o projeto de desenvolvimento para o Brasil, o combate à desigualdade social e o interesse público. 
Um grande abraço, da amiga e companheira,

Dilma Rousseff
Para mais informações sobre o programa de governo entre em contato, programagoverno@dilma13.com.br


Fonte: ASAcom e CAA 

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

"A ASA torna as pessoas que são geralmente ouvintes em sujeitos do processo de comunicação"

Naidison Baptista- Coordenador Executivo da ASA
Foto de André Teles

Na semana do Encontro Nacional de Comunicação da ASA, o boletim informativo da Rede, o Compartilhando Ideias, chega a sua 100ª edição. Para celebrar a marca, entrevistamos o coordenador executivo da ASA pelo estado da Bahia, Naidison Quintella. Na conversa por telefone, Naidison falou dos aprendizados da rede na construção de seu processo de comunicação, avaliou os impactos das ações de comunicação da ASA na garantia do direito à comunicação e deixou suas expectativas do Encontro Nacional, que começa nesta quarta e se estende até sexta-feira. Confiram!
ASACom - Qual a importância da comunicação na rede ASA?


Naidison – A ASA está sendo capaz de trabalhar um aspecto multifacetado da comunicação. Não trabalhamos apenas uma linha e sim linhas diferenciadas, múltiplas, com muitos aspectos que se complementam e se enriquecem. Esta é a característica específica e inovadora da comunicação na ASA. O processo de comunicação para a rede tem sido muito importante e significativo no sentido de dinamizar internamente as relações entre as organizações e pautar os meios de comunicação social e outros espaços sobre a convivência com o Semiárido.
ASACom – A ASA também tem lançado mão da comunicação como uma estratégia educativa. Gostaria que o senhor falasse um pouco desta dimensão da comunicação na Rede.


Naidison – Neste sentido, comunicação é efetivamente um processo pedagógico-político dentro da ASA. Queremos despertar os agricultores e agricultoras para a dimensão de que podem, sabem e têm condições de produzir conhecimento. A ASA tem essa marca. A ASA não é uma rede que repassa tecnologia para pessoas que não têm conhecimento, não produzem conhecimento. A nossa concepção é o contrário. Os agricultores e agricultoras produzem conhecimento, têm conhecimento e tanto fazem isso que, apesar de todos os massacres, estão vivos e vivas. 

Os boletins [das experiências dos agricultores] partem desta concepção e estimulam a comunicação, fazendo com que o comunicador seja capaz de assessorar o agricultor, a agricultora, na sistematização de sua experiência.
Uma vez sistematizada, a experiência se torna objeto de debate, conversa, intercâmbios com outros agricultores e outras agricultoras na perspectiva de ampliar a linha das ações e das experiências.
A experiência sistematizada também abre a perspectiva de se transformar em política [pública]. O P1MC e o P1+2 estão se transformando em política porque foram muito bem sistematizados e se pode debater com o poder público para dizer que queremos isto, com esta metodologia, com este custo e este resultado. Com isto, a ASA se torna capaz de interferir em políticas públicas.

ASACom – Olhando para a trajetória da comunicação da ASA, qual o maior aprendizado que a rede acumulou?


Naidison – Acompanhei a comunicação desde o início, quando a gente tinha dificuldade de identificar qual era a estrada do processo. Houve tentativas de se ter um processo nacionalmente e regionalmente construído dentro de determinadas normas. Só quando a gente se libertou desta dimensão é que fomos capazes de caminhar com mais liberdade. Eu acho que o que nós temos que celebrar agora são as várias dimensões.

Primeiro a dimensão das organizações que já incorporavam [a comunicação] e melhoraram e se qualificaram mais os processos de comunicação a partir de sua presença na ASA. Temos na Bahia o MOC, organizações em Juazeiro, o SASOP, o Sabiá, o CAA que tinham dimensões de comunicação e incorporaram novas perspectivas.
O que temos que celebrar é que, em respeito à autonomia destas organizações, a ASA soube inserir novos elementos, beber destas organizações novas experiências e a partir daí que o processo cresceu. Num cresceu como um processo controlado a partir do Recife. Essa não é a nossa função. Mas a partir de um processo onde a perspectiva de comunicação da ASA oferece elementos às organizações que pertencem à ASA.
A outra dimensão foi o crescendo gradativo na produção dos nossos materiais. A ASA é conhecida pela qualidade técnica e de conteúdo político-pedagógico dos nossos materiais que são solicitados por outras organizações para que possam utilizar em capacitações, eventos, encontros. E nós temos, deixando marcada a nossa autoria, cedido para grupos e mais grupos.
Tem sido um material rico nas mais variadas temáticas: de como tratar a cisterna, convivência ampla com o Semiárido, textos mais aprofundados, materiais de qualidade de como trabalhar a cisterna nas escolas. É uma gama variada de materiais, a maioria deles dirigidos aos agricultores e agricultoras ou aos próprios animadores. Neste sentido, nós trabalhamos muito e crescemos em oferecer subsídios para as pessoas que trabalham conosco.
Uma terceira coisa que fomos descobrindo gradativamente é o espaço de falar pra fora. A ASACom desempenha um papel importante porque ela mapeia os espaços, mapeia os problemas que estão por emergir para que a gente possa tomar posição com relação a isso.

ASACom - Começa nesta quarta-feira o Encontro Nacional de Comunicação. Quais são as suas expectativas para este encontro de comunicadores e comunicadoras da Rede?


Naidison - O Encontro de Comunicação é basicamente um momento para curtir o que está aparecendo nos vários espaços e com isso melhorar e qualificar a nossa atuação. Não é um encontro onde os consultores vão dizer o que é comunicação, como se faz. Nós vamos ser capazes de beber das experiências, perceber como isto é feito, como isto se desenvolve. E a partir daí publicizar mais essas experiências e aprender com elas.
ASACom – No Semiárido, os meios de comunicação - TVs, rádios, jornais - assim como a terra e a água, também estão concentrados nas mãos de políticos e empresários da região. Nesse contexto, o senhor acha que o trabalho de comunicação da ASA contribui de alguma forma para romper com essa estrutura?


Naidison – Eu acho que tem contribuído muito na medida em que pautamos com perspectiva diferente o conteúdo destas mesmas redes de comunicação. Quando nós fizemos uma ampla campanha em nível nacional, quando nós pautamos TVs, jornais, revistas, etc e elas começam a colocar o conteúdo da convivência com o Semiárido e não apenas o conteúdo do combate à seca, nós ganhamos um espaço imenso. E esse espaço é o da democratização da comunicação.

Não nos foi dado este espaço. Nós conquistamos pela qualidade de nossa ação e qualidade de nossa interferência em termos de comunicação. 
Eu acho que isso é um ganho imenso, naturalmente com seus limites porque nem sempre conseguimos pautar e colocar aquelas coisas que gostaríamos. Mas se olharmos há 10 anos e hoje, o significado disso é muito grande. Se olharmos a imagem do P1MC e da ASA, veremos que é respeitada nos vários níveis de comunicação. Isso é uma conquista forte, significativa.
Há um outro nível, onde a gente vai roendo a corda em pedacinhos menores, que são os processos que a gente cria internamente e estão espalhados em todo o Semiárido. Vamos pensar no que significa os programas de rádio que tematizam o Semiárido e as perspectivas de convivência com a região de modo bom e bonito. Estes programas vão para todas as organizações e elas utilizam ou em rádios comunitárias – que são experiências de reagir aos monopólios da comunicação – ou nos programas das organizações que algumas delas têm em rádios comerciais, ou vão para outras rádios que recebem e reproduzem [os programas]. São espaços que também conquistamos.
Internamente, a multiplicidade de boletins, de conteúdos sobre a convivência no Semiárido que são veiculados é uma quantidade imensa com a qualidade que nos é peculiar. [Esse material] chega aos agricultores, agricultoras, na ponta, e cria autoestima, entusiasma as pessoas, faz com que se sintam produtoras de conhecimento. Ela inverte a lógica do processo de comunicação. Torna as pessoas que são geralmente ouvintes em sujeitos do processo de comunicação. E essa é uma dimensão impressionante na perspectiva da democratização da comunicação.


Verônica Pragana e Gleiceani Nogueira - ASACom
30/11/2010

Fonte: ASAcom

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

ASA está entre os vencedores da 16º edição do Prêmio Direitos Humanos

A Secretaria de Direitos Humanos, da Presidência da República (SDH/PR), divulgou na última sexta-feira (19) a relação dos vencedores do 16º Prêmio Direitos Humanos, evento que é realizado anualmente. Um dos vencedores é a Articulação no Semi-Árido Brasileiro (ASA), na categoria Enfrentamento à Pobreza. A entrega do prêmio será realizada no dia 13 de dezembro, em Brasília - DF, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro Paulo Vannuchi. O prêmio é a mais alta condecoração do Governo Brasileiro a pessoas e entidades que se destacam na defesa e promoção dos direitos humanos, bem como no enfrentamento e combate às violações.

"Para a ASA é uma honra receber tal prêmio. É um reconhecimento público do trabalho que a gente vem fazendo para mostrar que o semiárido brasileiro é viável; que seu povo é capaz, forte, inteligente, inovador; que a sociedade civil é capaz de propor e gerir políticas públicas, a exemplo dos programas Um Milhão de Cisternas e Uma terra e Duas Águas, desenvolvidos pela ASA", comemora Naidison Baptista, coordenador da ASA.

"Hoje, a rede, junto com seus parceiros, especialmente o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) e o governo federal, através do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), mostra que com políticas públicas adequadas é possível enfrentar a fome, a miséria e a pobreza", avalia. "Nós ficamos felizes por esse prêmio e mais ainda por ser na categoria Enfrentamento à Pobreza", conclui.
Nos últimos anos, a ASA tem conquistado inúmeros prêmios, entre eles o Prêmio Sementes, da Organização das Nações Unidas (ONU); o Prêmio da Agência Nacional de Águas (ANA); o Prêmio Josué de Castro, do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS); o Prêmio da Fundação Nacional de Saúde (Funasa); e o Prêmio ODM - Objetivos para o Desenvolvimento do Milênio.

Fonte: Com informações da SDH/PR e ASA