terça-feira, 31 de agosto de 2010

Capacitação de Agentes Comunitários de Saúde

Agentes de saúde da zona rural são capacitados em uso de água de cisternas

Os agentes aprenderam noções de captação de água, limpeza, tratamento e doenças que são causadas pela água contaminada
Cerca de 20 agentes comunitários de saúde que trabalham na zona rural de Vitória da Conquista participaram de uma capacitação sobre os cuidados com a água acumulada nas cisternas. O curso, que foi realizado nos dia 7 e 8 de abril, no antigo Colégio Diocesano em Vitória da Conquista, teve carga horária de 16 horas e foi promovido pela Secretaria Estadual de Saúde/SESAB, por meio da Articulação no Semi-árido Brasileiro/ASA e do Centro de Convivência e Desenvolvimento Agroecológico do Sudoeste da Bahia - Unidade Gestora Municipal / CEDASB UGM.
Os agentes rurais aprenderam noções básicas sobre captação de água; limpeza, tratamento e doenças que são causadas pela água contaminada. Segundo dados da ASA, a cada onze minutos, morre uma criança no Brasil por beber água contaminada, situação que poderia ser evitada se todas as pessoas tivessem informações mínimas sobre como tratar a água antes de consumi-la.

Elenir Rocha Pereira (51), é agente comunitária há 10 anos, no distrito de Iguá, e atende as localidades de Baixa do Arroz e Quatis dos Fernandes. Ela disse que na sua região existem cerca de 10 cisternas e que agora vai poder orientar melhor as famílias sobre o uso correto da água. “Os vasilhames para retirada da água devem estar limpos para evitar a contaminação e a água da cisterna não deve ser misturada com outra água”.
A Asa elaborou um guia com orientações básicas sobre o uso de água de cisternas chamado Mandamentos das Cisternas. Confira:

1º - A água é presente de Deus e como tal não pode ser vendida, nem negada.
2º - Todas as pessoas, animais e plantas têm direito a água.
3º - Toda casa da zona rural deve ter a sua cisterna.
4º - A cisterna deve ser construída ao lado da casa, longe das plantas com raízes esparramadas e longe de fossas e currais.
5º - A cisterna deve ser cuidada:
 * Lavar todos os anos antes da chuva;
* Pintar a parte externa com cal branco;
* Manter a cisterna sempre bem tampada;
* Proteger os suspiros e entradas de água com tela e pano fino;
* Guardar os canos depois das chuvas para evitar que rachem;
6º - A água da primeira chuva é para lavar o telhado da casa. Não pode ir para a cisterna.
7º - A água da primeira chuva juntada na cisterna, não pode ser misturada com outra água.
8º - A vasilha para tirar água da cisterna deve ser muito limpa e usada só para isso. Não deixar a vasilha encostar no chão, na terra ou em lugares sujos.
9º - A água da cisterna é para o consumo humano: beber e cozinhar. Assim vai durar todo o período da seca.
10º - Toda água para consumo humano deve ser tratada.

Fonte: PMunicipal de Vitória da Conquista

Tire suas dúvidas sobre o Plebiscito Popular

.. o que é um plebiscito popular?

A participação do povo é um direito, mas a consulta à população está muito longe de ser uma prática concreta. O povo brasileiro foi convocado apenas 3 vezes: plebiscito (1963) para votar entre presidencialismo e parlamentarismo (convocado pelo então presidente João Goulart como defesa da pressão de militares e poderosos da época que tinham medo de suas idéias), plebiscito (1993) para votar sobre a forma e sistema de governo e referendo (em 2005) sobre o desarmamento.

Um plebiscito convocado pela população não tem o poder de criar novas leis ou de alterar a constituição, mas é um forte instrumento de luta e vem se tornando uma tradição no movimento social brasileiro. Através dele é possível mostrar que estamos de olho e queremos ser ouvidos.

O primeiro plebiscito popular foi realizado em 2000 sobre a Dívida Externa (mais de 6 milhões de brasileiros e brasileiras disseram não ao pagamento da dívida). Em 2002 mais de 10 milhões de pessoas votaram contra a adesão do Brasil à ALCA que, graças a isso, não se concretizou até hoje. Em 2007 a população se posicionou pela anulação da privatização da Companhia Vale do Rio Doce.

Mais do que uma consulta ao povo, o plebiscito popular é parte de um processo de debate e reflexão, bem como uma ação da cidadania e defesa de nossos direitos.

.. Afinal, o que muda com o limite Proposto?

O limite da propriedade da terra não é novidade. Em vários países isso já é uma realidade há bastante tempo: Estados Unidos (36 ha), Índia (21,9 ha), Peru (150 ha), Cuba (67 ha), entre outros.

O módulo fiscal é uma referência estabelecida pelo INCRA, que define a unidade de medida expressa em hectares considerando a área mínima para prover o sustento e a vida digna de uma família. Varia de região para região, de acordo com a situação geográfica, tipo de solo, produção predominante ou de relevância na região, condições de acesso, etc. Enquanto no estado de São Paulo o módulo fiscal pode ir de 5 a 40 ha, sendo 15 ha o mais freqüente, no Acre e no Amazonas, o módulo fiscal chega a 100 ha.

Ao ser estabelecido um limite de 35 módulos fiscais (que já é muito: cerca de 175 a 3500 ha), pouco mais de 50 mil de cerca de 5 milhões de propriedades existentes seriam atingidas, liberando, porém, mais de 200 milhões de hectares, que correspondem a quase 40% da área total do Brasil.

Assim que limitada a terra, todo o restante deverá ficar em poder do estado e ser usado para reforma agrária, democratizando, assim, o acesso à terra, ao trabalho, à moradia e ampliando a produção no campo.

Somos, assim, chamados e chamadas a participar dos debates que acontecerão durante a Campanha, do abaixo assinado e do plebiscito popular, bem como de todas as lutas em defesa da reforma agrária.

.. Por que este plebiscito agora?

Desde 2000, o Fórum Nacional pela Reforma Agrária e Justiça no Campo lançou a Campanha pelo Limite da Propriedade da Terra no Brasil. Esta campanha avançou e se consolidou ao longo dos anos, articulando também com diversos movimentos sociais, igrejas e entidades, com abrangência nacional.

Em 2010, o Fórum lança o Plebiscito pelo Limite da Propriedade da Terra. Além das 54 entidades que compõem o Fórum Nacional pela Reforma Agrária e Justiça no Campo, como o MST e a Comissão Pastoral da Terra, o Plebiscito também está sendo promovido pela Assembléia Popular (AP), pelo Grito dos Excluídos e é parte da Campanha da Fraternidade Ecumênica de 2010.

O plebiscito propõe ao Legislativo a inclusão de um inciso no artigo 186 da Constituição Federal Brasileira, que trata da Função Social da terra, para limitar o tamanho máximo da propriedade em 35 módulos fiscais, como forma de garantir a democratização do acesso à terra e a soberania territorial e alimentar.

A consulta à população acontece justamente um mês antes das eleições. É uma oportunidade de colocar a reforma agrária no debate político da sociedade e dos candidatos.

...o que isso tem a ver comigo?

A concentração de terra no Brasil existe há mais de 500 anos. Conforme dados do IBGE, quase 50% dos estabelecimentos agropecuários no Brasil têm menos de 10 hectares e ocupam 2,36 % da área; e menos de 1% dos estabelecimentos rurais têm área acima de 1 mil hectares cada e ocupam 44 % das terras.

O modelo de desenvolvimento do agronegócio adotado hoje, apoiado no latifúndio e na monocultura para exportação, traz conseqüências:

- empobrece a população e expulsa as famílias do campo, tendo como conseqüência o inchaço das grandes cidades, obrigando famílias a viver em situações de miséria, de forma improvisada e precária. Dados da CPT (Comissão Pastoral da Terra) mostram que de 1985 a 2009, 2709 famílias foram expulsas de suas terras, 13.815 famílias foram despejadas pelo poder público.

- o latifúndio e o agronegócio se utilizam de trabalho semelhante ao escravo, que envolveu, em 25 anos, cerca de 163.000 trabalhadores nessa condição (segundo dados da CPT).

- o latifúndio é o maior responsável pelos crimes ambientais. Um exemplo da força da bancada ruralista em nosso país é a aprovação do novo Código Florestal Brasileiro, que traz benefícios ao latifúndio quando deveria ficar mais rígido e proteger o meio ambiente.

- um estrangeiro vem para o Brasil e pode comprar quanto quiser de terra, com acesso a nossa biodiversidade, nossos recursos, nossa terra.

- soberania alimentar. Enquanto os EUA possuem uma reserva de alimento suficiente para 3 meses, a do Brasil não é suficiente para 3 dias. Apesar do pouco incentivo, a agricultura familiar é responsável por boa parte de nossa cesta básica: 87% da produção de mandioca, 70% da produção de feijão, 46% do milho, 34% do arroz, 21% do trigo, além de 58% do leite.

- Enquanto o agronegócio emprega apenas 25,6%, a agricultura camponesa é responsável por 74,4% das pessoas que trabalham no campo. A agricultura camponesa também ocupa 15 pessoas a cada cem hectares e o agronegócio apenas 1,7 pessoas .

Fonte: Unicamp

Diga sim! Coloque limites em quem não tem!

Por Assessoria de Comunicação FNRA Falta menos de um mês para o início do Plebiscito Popular pelo Limite da Propriedade da Terra no Brasil. Entre os dias 01 e 07 de setembro, toda a sociedade brasileira terá a oportunidade de dizer se é a favor ou contra a concentração de terras no país, ou seja, se concorda ou não com o latifúndio.

Durante os dias 15 e 17 de julho, cerca de 100 representantes de entidades, organizações, movimentos e pastorais sociais do campo e da cidade de todos os estados da federação, estiveram reunidos em Brasília para a II Plenária Nacional de Organização do Plebiscito Popular pelo Limite da Propriedade da Terra.

No encontro foram aprofundados estudos sobre a questão fundiária do país, em que os participantes expuseram a realidade de cada região brasileira. As atividades contaram com a assessoria do geógrafo e professor da Universidade de São Paulo (USP), Ariovaldo Umbelino. Além das análises, foram debatidas e planejadas ações de divulgação, organização e articulação da semana da coleta dos votos.

Os estados já estão organizados em comitês compostos por diferentes entidades e organizações. A partir dos comitês estaduais, estão sendo formados os comitês regionais, onde municípios das diferentes regiões também estão sendo inseridos no processo.

Dentre os encaminhamentos da plenária, foi definido o Dia Nacional de Mobilização pelo Limite da Propriedade da Terra, que será realizado no dia 12 de agosto, em memória a mártir Margarida Alves, camponesa assassinada em 1983. Neste dia os articuladores do Plebiscito Popular farão um grande mutirão de formação da sociedade brasileira que já está sendo conscientizada sobre a realidade agrária do país.

A população brasileira também é convidada a participar de um abaixo-assinado que já está sendo circulando em todo país e que continuará após o Plebiscito. O objetivo desta coleta de assinaturas é entrar com um Projeto de Emenda Constitucional (PEC) no Congresso Nacional para seja inserido um novo inciso no artigo 186 da Constituição Federal que se refere ao cumprimento da função social da propriedade rural.

Além das 54 entidades que compõem o Fórum Nacional pela Reforma Agrária e Justiça no Campo, também promovem o Plebiscito Popular pelo Limite da Propriedade da Terra, a Assembléia Popular (AP) e o Grito dos Excluídos. O ato ainda conta com o apoio oficial da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic).
Pelo direito à terra e à soberania alimentar: Vamos às urnas mostrar nosso poder popular!

Vamos à luta

A realização e o sucesso do plebiscito dependem única e exclusivamente da participação e do empenho de cada um, de cada entidade, organização e pastoral, uma vez que não existe nenhum apoio público e da mídia. Representa a força e a determinação de quem acredita em que algo pode ser feito para corrigir esta absurda concentração de terras que acaba por excluir milhões de famílias de terem seus direitos protegidos. Portanto,
•Fale, comente e divulgue, também pela internet e redes sociais (orkut, twitter), o plebiscito para seus amigos, sua família e colegas de trabalho.
•Integre-se aos comitês locais ou estaduais que vão organizar o Plebiscito.

Na Semana da Pátria, junto com o Grito dos Excluídos:

•Intensifique a divulgação;
•Ajude a organizar os locais de votação;
•Participe de alguma mesa de votação;
•VOTE;
•Assine o abaixo-assinado que será levado ao Congresso Nacional para que seja votada uma emenda constitucional que determine um limite ao tamanho das propriedades.

Conheça as perguntas que estarão na cédula de votação durante o Plebiscito Popular pelo Limite da Propriedade da Terra
1 - Você concorda que as grandes propriedades de terra no Brasil devem ter um limite máximo de tamanho?
2 - Você concorda que o limite das grandes propriedades de terra no Brasil possibilita aumentar a produção de alimentos saudáveis e melhorar as condições de vida no campo e na cidade?

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Cisterna símbolo da mobilização pela água no Semiárido

Em quase todo o Semiárido, atualmente, é muito comum ver uma cisterna ao lado de uma casa na zona rural. Essas cisternas caseiras têm uma enorme importância no tocante ao abastecimento de água para o consumo humano, pois serve para colher e guardar durante o período de chuva, a água que mata a sede da família. Normalmente, elas armazenam 16 mil litros de água, quantidade suficiente para abastecer uma família de até 8 pessoas com água para beber e cozinhar os alimentos o ano inteiro. Com essa função, as cisternas têm levado conforto, cidadania e saúde para milhares de famílias sertanejas.
Na propriedade familiar de dona Josefa Freire e seu Manoel Freire em Lagoa Grande, comunidade do interior de Sobradinho (BA), existe uma dessas cisternas que por sinal tem uma importância muito simbólica na luta pela água de beber no Semiárido. Pois esta foi a primeira cisterna construída pelo Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC) da Articulação do Semiárido (ASA).
Dona Josefa recorda muito bem a data de 23 de novembro do ano de 2000 quando o então Ministro do Meio Ambiente José Sarney Filho esteve em sua propriedade inaugurar junto com lideranças da ASA, a cisterna de Nº 01 do P1MC. “Eu nunca pensei que durante esse tempo, tantas famílias tivessem a água da cisterna, assim como a gente tem aqui”. Declara dona Josefa que também se diz honrada por sua família ter sido a primeira contemplada com este programa em todo o Semiárido.
A família de quatro pessoas, incluindo os filhos Valdemar e Valdelice é do município de Sento-Sé e vieram para Lagoa Grande em 1976 relocados pela Companhia Hidroelétrica do São Francisco, Chesf durante a construção da Barragem de Sobradinho. Nesse período, a comunidade não tinha nenhuma estrutura que garantisse o fornecimento de água. O Casal lembra que para se obter água para beber era preciso se deslocar diariamente até um riacho que fica a poucos quilômetros de Lagoa Grande. Seu Manoel também recorda que nessa época, quando o riacho secava, era preciso cavar cacimbas para se obter água e que às vezes, foi preciso pegar água até no rio São Francisco usando carroças puxadas por animais porque sua casa fica a mais de 10 quilômetros do rio.
Anos mais tarde, a Chesf construiu um tanque comunitário abastecido com os carros-pipas da prefeitura, mas quando esta água não era insuficiente, eles tinham que comprar “carradas águas”, como se costuma dizer nessa região.
Para a família de dona Josefa e seu Manoel, o dia 23 de novembro de 2000 é uma data marcante em suas vidas, não somente pelo ato de inauguração da cisterna, mas principalmente porque a partir dessa data, a vida dessa família sertaneja tornou-se mais digna em diversos aspectos. A partir da cisterna ninguém mais precisa percorrer longas distancias para buscar a água para beber. A água agora está ao lado da casa, limpa e em quantidade suficiente. “acabou meu sofrimento de carregar água de manhã e a tarde. Foi muito sofrimento que a gente passou, ter que ficar enchendo os tonéis de casa com as latas de água pesadas! Mas graças a Deus a gente tem aqui uma água boa, limpa e cristalina, diz dona Josefa que faz questão de lembrar também do empenho pessoal do ex- bispo de Juazeiro Dom José Rodrigues que mobilizou campanhas incentivando pessoas e instituições a adotarem cisternas para que as famílias da região conquistassem sua água.
Além da água de qualidade para o consumo conquistada a partir da cisterna, a família de dona Josefa e seu Manoel ganhou mais conhecimentos sobre as formas apropriadas para se viver melhor no sertão a partir da proposta de Convivência com o Semiárido. Na propriedade, o sistema de produção é baseado na criação de animais porque a roça não oferece uma produção segura todos os anos. As cabras, as ovelhas e as galinhas é quem garantem a alimentação de todos e ainda geram algum dinheiro diante de eventuais necessidades. O pasto natural da caatinga alimenta o rebanho, e os barreiros abastecidos pela chuva assegura a água dos animais.
Todo o simbolismo que trás essa cisterna, está descrito na placa de sua inauguração que diz: “Esta cisterna representa um marco histórico para todos os que acreditam que a parceria, a solidariedade e a co-responsabilidade propiciará uma vida digna no Semi-árido brasileiro.”
Muita coisa mudou na vida dessa família sertaneja que a 30 anos teve que deixar sua terra inudada pelas águas da Barragem de Sobradinho. Porém o momento mais significativo nessa trajetória de superação se deu a partir da presença de uma cisterna em sua propriedade, que além de trazer água trouxe conhecimentos sobre como o povo do sertão pode encontrar alternativas para vencer desafios e viver bem nessa região.

Fonte: IRPAA

Projeto Aguadas recebe Visita do INGÁ

Barreiro Trincheira, Bom Jesus da Serra, conv. CEDASB/INGÁ 2010
Foto de Terêncio Rodrigues Vieira
Técnicos do Ingá acompanham a implantação de tecnologias de captação de água de chuva no Sudoeste
As tecnologias simples (barreiros-trincheira, cisternas de enxurrada, bombas d’água populares e revitalização de aguadas) que estão sendo implantadas no Sudoeste baiano para facilitar o armazenamento da água de chuva começam a ser fiscalizadas hoje (25/8), pelo Instituto de Gestão das Águas e do Clima (Ingá). Até a próxima terça-feira (31/8), o supervisor técnico Claudemir Guimarães e a assessora técnica Julia Trancoso visitam os municípios de Vitória da Conquista, Bom Jesus da Serra, Manoel Vitorino, Encruzilhada e Barra do Choça. Todas as ações na região – que também contemplam comunidades dos municípios de Anagé e Caraíbas – estão sendo executadas pelo Centro de Convivência e Desenvolvimento Agroecológico do Sudoeste da Bahia (Cedasb).
A captação da água de chuva no semiárido, através de barreiros-trincheira, cisternas de enxurrada, bombas d’água populares e revitalização de aguadas, possibilita uma melhor convivência com a seca pois o índice pluviométrico da região (entre 300 e 700 milímetros anuais) é suficiente para as demandas hídricas da população local.

Roteiro:
25/8 (quarta) – Reunião com a equipe no Centro de Convivência e Desenvolvimento Agroecológico do Sudoeste da Bahia (Cedasb) em Vitória da Conquista
26/8 (quinta) – Visita à capacitação em 'Gestão na Produção e Dessendentação Animal e às tecnologias existentes na comunidade Poço Cumprido II no município de Vitória da Conquista
27/8 (sexta) – Visita aos barreiros prontos e a limpeza da aguada pronta no município de Bom Jesus da Serra
28/8 (sábado) – Visita aos barreiros iniciados e a limpeza da aguada pronta no município de Manoel Vitorino
29/8 (domingo) – Visita ao município de Encruzilhada
30/8 (segunda) – Visita ao município de Barra do Choça e Anagé
31/8 (terça) – Avaliação com a equipe no escritório da Cedasb

Parceria com a ASA

Em dezembro do ano passado, o Ingá assinou convênio com nove entidades vinculadas à Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA) para a implantação de 620 barreiros-trincheira, 130 cisternas de enxurrada, 33 bombas d’água populares e revitalização de 322 aguadas em pequenas propriedades distribuídas em 69 municípios de 16 Territórios de Identidade no Estado. Também para a capacitação de cerca de sete mil famílias em ‘Gerenciamento de Recursos Hídricos Familiares, Convivência com o Semiárido e Meio Ambiente’. O Cedasb é uma das entidades conveniadas.

De acordo com o supervisor técnico Claudemir Guimarães, foram implantados, entre março e julho deste ano, 95 barreiros-trincheira família, seis barreiros-trincheira comunitária, 26 cisternas de enxurrada, além da execução de 10 limpezas de aguadas, a realização de 172 cursos de capacitação e de 447 visitas de acompanhamento técnico.

Organizações selecionadas
As nove organizações ligadas à ASA foram selecionadas em chamada pública e possuem experiência de, pelo menos, dez anos com tecnologias de convivência com o Semiárido brasileiro. São elas: Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (Irpaa), Associação Regional de Convivência Apropriada à Seca (Ascas), Associação Divina Providência de Amparo Social e Cristão, Movimento de Organização Comunitária (MOC), Centro de Agroecologia no Semiárido (Casa), Cooperativa de Assistência à Agricultura Familiar Sustentável do Piemonte (Cofaspi), Cáritas Diocesana de Ruy Barbosa, Centro de Convivência e Desenvolvimento Agroecológico do Sudoeste da Bahia (Cedasb), e Centro de Assessoria do Assuruá (CAA).

Fonte: Ingácom

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

A Democracia das Águas

Amílton e a Esposa , Miriam, Filhos, Sobrinho bis avó Idalice , Ao lado da cisterna da família , em Riachão do Jacuípe, Leonice da Silva, de Juazeiro, BA

Tive Sede, e me Destes de Beber ( Mateus , 25, 34-36). Em julho , 300 nordestinos pertencentes a 60 Famílias dos municípios de Serrinha , Nova Fátima, Ichu , Conceição do Coité e Riachão do Jacuípe , no Semi- Árido baiano , ganharam , finalmente, Em suas respectivas cartas de alforria : 60 cisternas de placa doadas Pela Solvay, Indústria Química BELGA de Origem , Produtora de Componentes Plásticos, Tubos e Conexões de PVC em , e Amanco, detentora das Marcas e Fortilit Akros , com matriz nd Suica , Parceiras do MOC - Movimento de Organização Comunitária softwares antigos Projeto Água e Cidadania. Ocorreu em A Entrega das cisternas - Já instaladas , em condição de aproveitar Como Chuvas Que, Todos esperam , ainda Vão CAIR Neste inverno - Clima de festa, com discursos , churrasco e cantoria Num comício improvisado NAS proximidades da casa de Amílton e Míriam Souza Gomes .

Quem Passa Pela estradinha de terra Que Leva ao povoado do Beira -Rio logo vê Uma casinha de fachada branca, com flores sem quintal, Onde se destaca , também branca de cal , água e Cheia de esperança, Uma cisterna do casal . " Nossa Não! De todo mundo " , rebate Míriam, referindo -se EAo Filhos Adílson , Aldiran , Milena e Arilma , de 16, 12, 3 e 2 anos de idade ; à vovó Dum (Dona Idalice , o lance - Ela Não lembra A razão do apelido ); Vizinhos AOS " QUANDO Houver Precisão ; e EAo cachorrinhos da família : Jacaré, Clarão , Caatinga e Marinheira . "não Por que ? Afinal , também de São Filhos de Deus " , argumenta , Fazendo Questão de ressaltar que , softwares Antigos Caso dos animais , o desfrute da cisterna , Capaz de armazenar 16 mil litros de água potável , volume Suficiente Parágrafo sustentar seis pessoas Durante oito meses , ocorreria Tão em Caso de Necessidade extrema . Ou seja, em Situação de seca brava, QUANDO rios , açudes , barreiros e Aguadas , habituais fontes de suprimento da População , encerram Apenas Pó OU barro seco Rachado .



Mulheres e Crianças trazendo água de barreiro (ao fundo) em Ponto de Mairi , na região de Itaberaba , BA, e cabra poça bebendo em : Cenas do cotidiano Não sertão

'E TEM OS Ainda bichinhos ", emenda Amílton , socorrendo Uma Esposa Que, sem bulício dos festejos , esqueceu de chorar abrigar o guarda- chuva da Solidariedade caipiras Como Galinhas ( sertanejas , segundo ele ) e os caprinos do Programa Cabra -Escola, implantado No ano Passado Pelo MOC, em Parceria com Uma Indústria Farmacêutica Pfizer, com o Propósito de proporcionar renda extra comunidades carentes POR, evitar a desnutrição EO Trabalho Infantil . Em sua opinião , a Água e hum Bem Comum. Compartilhada Deve Ser . Na de Míriam , E Uma Bênção . "um Peco Que Deus guarde a todos " , reza . Segundo Dona Idalice , É tudo , conforto , inclusive. Ela lamentações Apenas uma cisterna Que Não tenha Chegado antes. Hoje, AOS 71 anos , a matriarca dos Gomes Souza Não Quer saber de lata , ou Balde cabaça NA cabeça . Recém - Aposentada , Ajuda Apenas Nos trabalhos Domésticos simples MAIS. Como Costas Mais Não aguentam . Nascida nd Vila do Gavião, Não Muito Longe do Beira -Rio, ELA Tão Quer saber de passear . Crianças VEM Assim ocorrendo Como HÁ Séculos Uma Milhões de Mulheres e do semi- árido , Dona Míriam e passaram boa parte Idalice dos verões de SUAS VIDAS penando Pela caatinga, Atrás de água. Vovó Dum, MAIS tempo ainda. "A gente andava horas e não conseguia Encher Pelo Menos Uma lata Por dia , Dessas de 20 litros. dura era uma " Vida, lembra .


Extraido de: Globo Rural

Depoimentos

"A cisterna me livrou de Buscar água na cabeça . Tenho água Toda horinha Que eu Quiser Beber e pra cozinhar. Olha Que beleza ! Não é? Bom demais ! A Água e de grande serventia ". (Maria Lúcia de Freitas Souza, Comunidade da Serra Batinga - Piauí )

" Para MIM Foi a Melhor Coisa do Mundo. Eu pegava água Longe Cinco quilómetros de bicicleta . Eram dois baldes de 20 litros Por dia, Fazia Duas Viagens e CADA Uma gastava Duas horas , Subindo e Descendo Uma grande ladeira . Essa água era melhorias para beber cozinhar, e Tomar Banho . Com a cisterna Que Estamos Construindo vai melhorar muito. Estou muito feliz e espero que venham outras" . (Sheila, comunidade Volta da Jurema -Maranhão)

"A gente descobriu Que Tinha Esse Projeto de Um milhão de cisternas e Conseguimos  nos organizar com o sindicato dos Agricultores RURAIS daqui de Afogados. Participamos das reuniões, treinamentos dos Sobre a cisterna e Como Que a gente utiliza a água em casa. Porquê não é só ter uma cisterna , a gente Tem que saber Tratar da água. Eu cuido da Minha cisterna Usando hipoclorito de sódio. Sou Agente de Saúde e dou Assistência em Cinco comunidades Aqui Na região. O Que a gente Vê Por Aqui é que verminose só dá em água não- tratada . Porquê no sertão sem água a gente bebe água de Açude, Que É Uma Fonte de risco muito grande a população (....) A cisterna uma Mudou Muito gente da Vida e vai Mudar a Vida de Outras Pessoas Também . " (Maria do Socorro Almeida Jacinto, comunidade de Barreiros - Pernambuco)

" Era muito Difícil AQUI. No período da estiagem muita gente dificuldades para Lavar roupa , Tomar Banho e Até Mesmo pra Beber . E , agora, com a cisterna , facilitou Tudo . Antes , a gente tinha uma água de péssima Qualidade . Por Causa Dessa água , nao só os Meus Filhos , Mas na comunidade,adoeciam Crianças Desse Negócio de diarréia , vermes , essas Coisas aí. Antes da cisterna , Quem ia Buscar água era eu e as crianças. Inclusive, tinha muitos problemas de saúde por conta disso, né? Ele TEM hérnia de disco, POR CAUSA desses tambores pesados. Agora , a gente Não Precisa Mais Buscar água.  O tempo que sobra agora é do roçado, bichos e trabalhos de casa. Como as Crianças Que ajudavam Também a pegar água, ficam mais livres pra escola . (...) A gente economiza e continua economizando PORQUE a  água é tudo. Sem comida A gente PoDE Até Passar , Mas sem água não ". ( Antônia Guilhermina Dias da Silva, Manguape - Paraíba )







P1+2













Objetivo

O objetivo do P1+2 é ir além da captação de água de chuva para o consumo humano, avançando para a utilização sustentável da terra e o manejo adequado dos recursos hídricos para produção de alimentos (animal e vegetal), promovendo a segurança alimentar e a geração de renda.
O numeral "1" significa terra suficiente para que nela sejam desenvolvidos processos produtivos visando segurança alimentar e nutricional, e o "2" corresponde a duas formas de utilização da água - água potável para cada família do Semi-Árido e água para a produção agropecuária, de forma que as famílias de agricultores e o contingente por elas influenciado vivam dignamente.
Em janeiro de 2007, o P1+2 iniciou sua fase demonstrativa, na qual pretende uma maior interação entre as experiências de manejo produtivo e sustentável da terra e dos recursos hídricos. De maneira participativa, a idéia é desencadear um processo de mapeamento, intercâmbio, sistematização e implementação de experiências.
As atividades propostas para fase demonstrativa do P1+2 atingirão diretamente 96 comunidades de 10 estados (AL, BA, CE, MA, MG, PB, PE, PI, RN, SE), onde serão construídas 144 tecnologias de captação de água de chuva para a produção de alimentos. Essas tecnologias, também conhecidas por implementações ou experiências, beneficiarão 818 famílias. Os resultados esperados dessa fase servirão como base para, em fases subseqüentes, implantar o Programa 1 + 2 numa escala maior.

Origem

O P1+2 utiliza como referencial o "Programa 1-2-1", desenvolvido na China.

O clima Semi-Árido do Norte da China, mas especificamente da Província de Gansu, caracteriza-se por precipitações irregulares e evaporação alta, imputando a agricultura grande dependência da chuva como fonte de água. Nos últimos anos, o governo da província colocou em prática o programa `Providenciando água para uso humano e para animais, desenvolvendo a economia agrícola e melhorando o meio ambiente através do uso de água de chuva¿, denominado "Programa 1-2-1".
Este programa conta com o apoio do governo que auxilia cada família a construir uma (1) área de captação de água de chuva, dois (2) tanques de armazenamento para a água captada e uma (1) terra para plantação de culturas comercializáveis.
Até o final de 2002, 1.944.000 tanques de água foram construídos, com diferentes métodos de captação de água de chuva, uma área de 305.000 hectares de sequeiro foi beneficiada, melhorando o uso eficiente da água de chuva e diminuindo a evaporação.

Dinâmicas

Ao contrário das grandes pesquisas científicas para a agricultura, centrada no modelo do agronegócio, na monocultura agroquímica e nos grandes projetos de irrigação, o P1+2 valoriza o conhecimento popular do/a agricultor/a, que durante anos vem mostrando que é possível conviver com o Semi-Árido, por meio de tecnologias simples, baratas e eficientes.

O desenvolvimento do P1+2 origina-se nas dinâmicas sociais, comunitárias e territoriais, estimuladas, fortalecidas e criadas a partir do Programa de Formação e Mobilização Social para Convivência com o Semi-Árido: Um Milhão de Cisternas Rurais ¿ P1MC, desenvolvido pela ASA há alguns anos.
Embora o P1+2 apresente referências da experiência chinesa, a sua construção é inspirada nas dinâmicas do P1MC, fundamentadas na diversidade de experiências de utilização sustentável da terra e dos recursos hídricos, promovidas por famílias agricultoras do semi-árido brasileiro (SAB).
Os marcos conceituais e metodológicos do P1+2 têm como base o modo de atuar dos movimentos sociais, das pastorais de Igrejas e das ONGs, inspirados na Educação Popular, semelhante ao P1MC, contemplando o mesmo caráter de participação, em todas as suas fases, desde a preparação e elaboração até a sua completa implementação.
Assim como o Programa Um Milhão de Cisternas, o P1+2 recupera e valoriza as experiências diversas das comunidades sertanejas nas lutas pela terra e pela água e pelo seu uso racional. Dessa forma, elabora uma outra visão sobre a região, livre e libertadora de preconceitos e mistificações.

Experiências

Existem várias experiências relevantes de captação de água de chuva desenvolvidas no semi-árido brasileiro, na sua maioria por agricultores familiares, que podem ser multiplicadas.

Para a fase demonstrativa do P1+2, trabalhamos com quatro tipos de experiências (também chamadas de implementações ou tecnologias):

Cisterna adaptada para a roça: É formada por uma área de captação (para captar água das chuvas que escorre dos desníveis do terreno ou de áreas pavimentadas como um calçadão), por um reservatório de água (que deve ser bem maior que a cisterna para o uso humano) e um sistema de irrigação (que pode ser operacionalizado manualmente ou por sistemas de bombeamento e gotejamento). Com a água de uma cisterna de 50 mil litros (outra que não a de consumo doméstico) é possível irrigar um "quintal produtivo" de verduras, regar mudas ou ter água para galinhas e abelhas.

Barragem subterrânea: Conserva a água de chuva infiltrada no subsolo nas áreas de baixios, fundos de vales e áreas de escoamento das águas de chuva, mediante uma barragem em profundidade cavada até a camada impermeável do solo. Ela tem um grande impacto sobre a estabilidade do sistema produtivo, aumentando a resistência em períodos de seca, quando a área da barragem parece uma ilha verde no meio da caatinga seca. Ela garante a autonomia no que se refere à alimentação, permite a criação de um número maior de animais e diminui a dependência de insumos externos.

Tanque de Pedra: Eles possibilitam o armazenamento de grandes volumes de água captada nos lajedos, aproveitando a inclinação natural neles existentes. Em alguns locais, é necessário construir paredes ou muretas facilitando a contenção ou o direcionamento da água para os tanques e conseqüentemente maior acumulo de água. É uma das inovações técnicas que tem como base à valorização do conhecimento dos agricultores familiares nas estratégias de uso e gestão da água. O tanque de pedra armazena água para os gastos domésticos, para alimentação animal e irrigação de um "quintal produtivo" de verduras.

Barreiro Trincheira: São tanques profundos e estreitos, cavados em subsolo cristalino com um ou mais compartimentos e de mais de três metros de profundidade, com fundo e parede de pedra (piçarra), que não deixa a água se infiltrar.

Conhecendo o Projeto Aguadas

A palavra “aguada” é um termo bem enraizado na região semiárida do Brasil. As aguadas caracterizam-se por pequenos baixios naturais, às vezes aprofundados pelo trabalho da população local, onde se acumula a água durante o período chuvoso.
Durante séculos as aguadas foram as principais fontes de armazenamento de água para o homem e os animais da região. Porém, por ser coletada através do escoamento superficial, a água acumulada nestes reservatórios não é adequada para o consumo humano, pois carrega inúmeras impurezas. Além disso, o líquido armazenado nestes baixios está exposto a uma forte evaporação (em 12 meses chega a três metros de coluna d'água!) e boa parte restante ainda se perde por infiltração. Outro limitante desta tecnologia é que o reservatório fica a cada ano mais raso, pois as primeiras chuvas, sempre torrenciais, arrastam consigo a terra solta da superfície.
Mesmo que a questão da água potável não esteja totalmente solucionada para quem vive no semiárido, a direção está marcada. Atualmente, alternativas mais apropriadas para o armazenamento da água para o consumo humano, como a cisterna, o poço tubular ou a cacimba cavada braçalmente ao lado de um riacho ou rio temporário, estão cada vez mais comuns entre as famílias das zonas rurais. Porém, persiste a grande pergunta: de onde deve vir a água para os rebanhos e para irrigar pequenas hortas domésticas?

Reciclando tecnologias
Acreditando no aperfeiçoamento de antigas tecnologias como alternativa de Convivência para as famílias rurais do Semiárido baiano, nove organizações da sociedade civil dessa região estão desenvolvendo o Projeto Aguadas. O projeto, financiado através do Instituto de Gestão das Águas e Clima, do Governo do Estado da Bahia, pretende contribuir para melhoria da qualidade de vida nas comunidades retomando e aperfeiçoando tecnologias de captação e retenção das águas das chuvas.
As ações do projeto são simples e contextualizadas à realidade do Semiárido, com baixo custo e impactos ambientais insignificantes. Entre as vantagens do "Aguadas" estão a implantação de bombas manuais em poços tubulares cavados, mas não utilizados; a escavação de fossos estreitos e profundos, onde a água fica mais fria e evapora muito menos, e o aprofundamento da parte central de aguadas já existentes, pois com o atual formato, que muitas vezes se assemelha a pratos rasos, a água evapora com muita rapidez.
Para ativar poços tubulares já cavados, mas sem equipamentos, serão instaladas as já conhecidas BAP's – Bombas d'Água Popular, que conseguem elevar a água de uma profundidade de até 80 metros, sendo fabricadas com materiais absolutamente resistentes à corrosão.
Além disso, a população terá acesso a grandes cisternas subterrâneas de 50.000 litros, que captam também a água da superfície da terra, equipadas com armadilhas que retêm materiais arrastados pela enxurrada. Já que são cobertas, a perda por evaporação é reduzida ao mínimo. A água dessas cisternas deve ser utilizada para animais e as hortas. Ao todo serão instalados 134 equipamentos hídricos, todos pensados para fornecer água para atividades produtivas, especialmente para fornecer água para caprinos e ovinos, aves, irrigar pequenas hortas e algumas fruteiras.
Paralelamente a essas ações, são planejados novos reservatórios no formato dos já conhecidos “caxios”, rebatizados de “barreiro trincheira”. O nome deriva de “caixa” e as estas se assemelham: reservatórios profundos, de paredes íngremes, como profundidade que ultrapassa os três metros, escavados na camada metamórfica do granito. Por conta das transformações físicas e químicas, a camada amolece e recebe o nome de piçarra. Aqui as valetas adutoras são cavadas com o mínimo de declive, desembocando numa escavação em frente ao barreiro trincheira num fosso de sedimentação para a areia e barro arrastados pela água. Nesta atividade serão aplicadas 30 horas de trator para cada unidade de barreiro trincheira.
Nesse sentido, o projeto consiste na formação das famílias com base nos princípios da Convivência com o Semiárido, como a criação de animais e os cuidados com uma pequena horta. A questão fundiária torna-se o centro das discussões: a terra disponível para as famílias é suficiente para a condição do Semiárido? Quais os desafios e as alternativas existentes? No decorrer do projeto, agricultores e agricultoras familiares receberão informações por meio de assessoria técnica. Com estas medidas o projeto pretende melhorar a qualidade de vida e a geração de renda de 400 famílias em seis municípios do alto sertão da Bahia.

ASA e Embrapa planejam pesquisa inédita para averiguar impactos das ações de convivência

A exemplo da Agroecologia, a metodologia da pesquisa será participativa e vai envolver as famílias agricultoras na sua realização. Este é um dos grandes desafios e avanços da iniciativa.
Em que medida as experiências defendidas pela Articulação no Semi-Árido (ASA) vêm aumentando a segurança alimentar e a geração de renda destas famílias? Quais impactos nas relações de gênero e de geração a convivência com o Semiárido tem gerado na região?
Questões de caráter qualitativo, como essas, moveram a ASA e a Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias (Embrapa), órgão ligado ao Governo Federal, a firmar uma parceria para a realização de uma pesquisa inédita nos 10 anos da Articulação. O grande mérito da pesquisa é assegurar um olhar não só para as tecnologias sociais, como as cisternas (foto), mas para todo processo de mobilização social, que constitui a alma das ações de convivência da Articulação.
Em linhas gerais, os principais produtos esperados da pesquisa são: averiguação do impacto qualitativo e quantitativo do P1MC e P1+2 em quatro territórios do Semiárido brasileiro, indicação de possibilidades de melhoria do aproveitamento da água armazenada nas infraestruturas hídricas e definição de novos temas para pesquisa na área de recursos hídricos no Semiárido.
Um grande desafio e avanço da pesquisa é que a sua metodologia será participativa. A ASA defende que a construção do conhecimento seja resultado do envolvimento não só dos pesquisadores da Embrapa, como também das organizações que fazem parte da rede e das famílias agricultoras.
“Esta iniciativa abre um campo de ação desafiador para a ASA e a Embrapa. Há [no conceito da pesquisa] um caráter estratégico para a conquista de uma nova abordagem voltada para fortalecer o enfoque agroecológico. Esta abordagem proposta não faz parte do universo mais amplo da pesquisa institucional no Brasil”, destaca Luciano Silveira, membro da Comissão Executiva da ASA.
Para Cristina Nascimento, também da ASA, esta parceria tem um forte significado político que é a conquista de espaço dentro de instituições governamentais que se dedicam ao desenvolvimento da agricultura no país. “Na Embrapa há um grupo de pesquisadores que acreditam na proposta de convivência que defendemos. Através desta parceria, temos a oportunidade de conquistar mais pessoas para olharem de forma diferenciada para as potencialidades da região e para a proposta de convivência que defendemos”, assegura.
O gestor dos projetos de pesquisa relacionados com a agricultura familiar da Embrapa, Marcelo Gastal, explica que as pesquisas desenvolvidas no âmbito da agricultura familiar têm lançado mão de metodologias participativas, diferenciadas dos métodos convencionais. Segundo ele, a oportunidade de trabalhar com a ASA potencializa a experiência que começa a ser desenvolvida na Embrapa e indica formas de cada vez mais desenvolver pesquisas “para e com o agricultor”.
A pesquisa – A iniciativa ainda está em fase de concepção. Na última das três reuniões entre a ASA e a Embrapa , ocorrida este mês, foi elaborado um documento que servirá de base para a elaboração do projeto de pesquisa. A previsão de conclusão do projeto é dezembro. Para 2011, estão previstas a etapa de captação recursos e de realização da pesquisa.


Fonte: ASAcom

terça-feira, 24 de agosto de 2010

I Seminário regional: Em defesa da vida, combatendo o Latifúndio e os Monocultivos


O Fórum de Entidades e Movimentos Sociais do Sudoeste da Bahia

O Fórum de Entidades e Movimentos Sociais do Sudoeste da Bahia, realizará o I Seminário regional: Em defesa da vida, combatendo o latifúndio e os monocultivos, com o objetivo de discutir de form democrática e participativa, (comunidades, órgãos governamentais, entidades socioambientalistas e de direitos humanos e movimentos sociais) o processo de expansão do monocultivo do eucalipto em nossa região e os impactos socioambientais causados sobre as populações do campo, bem como propor ações que permitam a permanência e a sustentabilidade das Comunidades Camponesas em suas terras.

Este encontro acontecerá no Centro Diocesano em Vitória da Conquista, nos dias 26, 27 e 28 de agosto de 2010 conforme programação abaixo.


PROGRAMAÇÃO:

26 de agosto (Quinta-feira)

07h às 07:30h Café da manhã e credenciamento
08h às 09h: Mística e Abertura
09h às 10:30h: Vídeo sobre a campanha: Limite da Propriedade da Terra - CPT
10:30h: Intervalo
10:45h às 12h: Plenária.
12h às 13:30h: Almoço
13:30h: Mesa I: Questão agrária/agrícola no contexto da luta de classes - Ademar Bogo. e Questão constitucional do limite da propriedade da terra: história e perspectivas - Consulta Popular
14:40h: Debate.
15:10h: Intervalo
15:30h: Mesa II: Construção do Projeto Popular: Que Brasil Queremos? - Movimentos/entidades
16:30h: Plano de Ação conjunta
17:30h: Encerramento
19:00h: Noite Cultural

27 de agosto (sexta-feira)
8:00 h - Mística e memória do dia anterior
8:20 h - Apresentação das experiências de resistência
9:40 h - Cochicho/debate
10:20 h – Mesa I - IMPACTOS CAUSADOS PELO MONOCULTIVO – Assessor e representantes dos órgãos governamentais e Conselheiros do Meio Ambiente.
11:20 h - Cochicho/debate
12:00 h - Almoço
14:00 h – Mesa II - LEGISLAÇÃO AMBIENTAL – Assessor, Representantes do Poder Legislativo e Apresentação de experiência sobre criação de lei municipal de restrição ao plantio do eucalipto.
15:20 h – Cochicho/debate
18:00 h – Encerramento
19:00 h – Noite Cultural

28 de agosto (Sábado)
8:00 h – Mística e memória do dia anterior
8:40 h – Trabalho de grupo – realidade atual e perspectivas
9:10 h – Plenária
10:10 h – Encaminhamentos
12:00 h – Encerramento com almoço



Contatos da Comissão Operativa:

MPA – 3422-9400 (Anderson) – mpa.bahia@hotmail.com
CEAS – 8808-1661 (Paula) – searompaula@hotmail.com
CPT – 8845-5759 (Nea) – cptsulsudoeste@cptba.org.br
ASA – 3421-2732 (Getúlio) – getuliotigre@hotmail.com
STR – 3083-7942 (Manoel) – moytinho@yhaoo.cpm.br
MTD – 8823-8418 (Neide) – mtd.bahia@yahoo.com.br

Consulta Popular – 9142-1469 (Izadora) – izadorasguedes@gmail.com

Pesquisa credita transformação social no Semiárido à ASA

Cisterna de produção.
Estudo da UFPE ratifica ação da Articulação como propulsora do desenvolvimento sustentável na região.

Mais uma pesquisa, desta vez realizada pela Universidade Federal de Pernambuco, ratifica a importância do Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC) como catalisador das mudanças sociais, políticas, econômicas e ambientais que vêm mudando a face do Semiárido brasileiro - de um lugar inóspito para outro que oferece vida digna aos seus habitantes.

Intitulada “Transições paradigmáticas: do combate à seca à convivência com o Semiárido nordestino”, a tese de mestrado escrita pelo geógrafo Emílio Tarlis Pontes será lançada em livro pela Editora Universitária. “Foi considerada como uma pesquisa de grande relevância para a área de estudo”, comenta o autor, acrescentando que a obra ainda não tem data definida para seu lançamento.

A área estudada para avaliar o impacto das cisternas foi a zona rural de Afogados da Ingazeira, município localizado no Sertão do Pajeú, em Pernambuco, onde foi desenvolvido o P1MC desde a sua fase piloto. Lá, 900 cisternas foram construídas, dotando 40% dos domicílios rurais de um reservatório de água potável para consumo humano.

O autor observa que “a principal mudança constatada [com a disseminação das cisternas] foi o rompimento dos velhos hábitos de favorecimento pessoal como vínculo de dominação no Semiárido nordestino”. E conclui: “O P1MC é um programa com grande eficiência em sua concepção e, assim sendo, é possível galgar novos projetos através da organização popular, nas diversas entidades aptas a mobilização, propondo e reivindicando ações públicas correspondentes aos interesses reais dos moradores e do Semiárido.”

No estudo, as cisternas de placas que captam e armazenam água de chuva com a finalidade de abastecimento humano são analisadas sob duas perspectivas: da eficácia do equipamento em si mesmo, incluindo a adequabilidade, a durabilidade e a capacidade de satisfação de necessidades; e do seu significado, enquanto expressão da possibilidade de convivência.

“Em relação à primeira perspectiva, a cisterna é uma obra de construção civil que deve ser avaliada, medida e comparada em sua eficácia com outras estratégias e tecnologias da engenharia hidráulica. Na segunda perspectiva, a cisterna transmuta-se em cultura de convivência, simbolizando a construção de novos sentidos e significados do Semiárido”, descreve o professor e estudioso do Semiárido, Roberto Marinho da Silva, no prefácio do livro.

Segundo Luciano Silveira, coordenador executivo da ASA, nos últimos anos, o meio acadêmico – universidades e instituições de pesquisa – vem orientando um número crescente de estudos voltados para analisar os impactos e o significado do movimento social desencadeado pela ação de ASA por todo o Semiárido.

“A aproximação do meio acadêmico cumpre função decisiva, na medida em que sistematiza e evidencia os impactos sociais, econômicos e ambientas das ações promovidas pela ASA. E assim contribui para a sedimentação de novas bases para o desenvolvimento que estão assentadas na valorização da capacidade criativa e sócio-organizativa das famílias agricultoras sertanejas e na construção de um novo paradigma cientifico referenciados na agroecologia para a convivência com o Semiárido”, ressalta o coordenador da ASA.

Para o autor da pesquisa Emílio Tarlis Pontes, a experiência foi tão promissora que ele iniciou o doutorado para analisar o segundo programa da ASA, o Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), também no Sertão do Pajeú, sob a mesma perspectiva da quebra do paradigma do combate à seca.


Fonte:ASAcom
Postado por Leandra Silva

CEDASB comemora quatro anos na microrregião de Vitória da Conquista

A ASA - Articulação do Semi-árido Brasileiro, e o CEDASB - Centro de Convivência e Desenvolvimento Agroecológico do Sudoeste da Bahia / Unidade Gestora Municipal de Vitória da Conquista, Realizou o Encontro microrregional do CEDASB . O Evento Aconteceu no dia 13 de maio, no Centro Pastoral Arquidiocesano Dom Climério nenhuma SITUADO NA Praça Sá Barreto, n º 420 ( Antigo Colégio Diocesano ) em Vitória da Conquista.

Iniciado no dia 11 de maio o Encontro microrregional do CEDASB Pequenos produtores rurais e reúne entidades Relacionadas à militância cidadã e rural Em defesa da agroecologia Que assistem à palestras, debatem e trocam EXPERIÊNCIAS Temas Relacionados ao Trabalho Realizado Pelo CEDASB há Quatro anos, em Oportunidade Que se comemora o Aniversário da Instituição .

ASA/BA contesta matéria do Jornal A Tarde (NOTA DE ESCLARECIMENTO)

NOTA DE ESCLARECIMENTO




ASA/BA contesta matéria do Jornal A Tarde


Em virtude das notícias veiculadas no Jornal A Tarde, edição desta terça-feira (03 de agosto de 2010), a Articulação no Semiárido Brasileiro-BA (ASA/BA), vem a público esclarecer que:

O Jornal A Tarde, edição da última terça-feira, 03/08/2010 publicou uma matéria sob o título “Governo Wagner repassa R$ 307 milhões para ONGS e fundações sem licitação.”

No decorrer da reportagem menciona-se amplamente convênios celebrados entre o Governo do Estado e o Centro de Assessoria do Assuruá (CAA) e o Movimento de Organização Comunitária (MOC), entidades estas ligadas a ASA/BA. Portanto, a matéria atinge, mesmo que de forma não deliberada, este coletivo que vem a público manifestar-se a respeito da mesma.

Nesta oportunidade, a ASA/BA vem ressaltar algumas questões e debates que, por motivações políticas, sempre ficaram fora da grande mídia:

- O Semiárido Brasileiro sempre ficou à margem das políticas de desenvolvimento do país, sendo amplamente divulgada pelos meios de comunicação a imagem de miséria desta região. Como conseqüência dessa postura política e midiática, nossa região sofre com uma grande demanda por ações concretas para o seu desenvolvimento com sustentabilidade.

Ainda há milhares de pessoas com fome, sem acesso à água, sujeitas a doenças causadas pela insegurança alimentar, pela escassez ou falta d’água de qualidade.

- O descaso com o semiárido é descaso com o seu povo, principalmente o/a agricultor/a familiar que sempre ficaram à margem das políticas públicas, sobrando para estes migalhas em ações assistencialistas que não resolvem os problemas do homem e da mulher do campo. As mulheres são as principais vítimas deste descaso, pois são elas as grandes responsáveis para manter a casa abastecida com água, sendo histórica a busca de água com a “lata d’água na cabeça”. Sem falar na violência doméstica que as mesmas sempre sofreram, e este debate é minimizado na grande mídia.

- Em contrapartida a este desleixo por parte da grande mídia e de muitos governantes, a Articulação no Semiárido Brasileiro vem pautando os Governos, tanto Federal como Estadual com políticas sérias na linha de convivência com o Semiárido, fugindo da lógica dos grandes projetos de combate à seca. Essa pauta nunca foi de subserviência, mas sempre com postura crítica diante dos Governos, seja ele Federal ou Estadual; seja nesta gestão ou em gestões passadas e, claro, manteremos esta postura em gestões futuras, independente de agremiação política, pois somos um fórum apartidário e respeitamos as pessoas acima de tudo, principalmente as mais esquecidas pela mídia e pelos governantes.

- Sobre a matéria, é importante ressaltar que houve uma tentativa muito pequena por parte da reportagem de ouvir tanto o CAA quanto o MOC, sendo feitas poucas ligações aos celulares dos respectivos representantes das instituições. As assessorias de imprensa destas instituições em nenhum momento foram contatadas. Sendo assim, publicada uma matéria sem as devidas averiguações das fontes.

- A matéria não busca diferenciar as ONG’s (Organizações Não Governamentais), colocando-as em pé de igualdade, como se todas as organizações fossem desonestas, deslegitimando as ações da Sociedade Civil, que na história deste país sempre se posicionou para construir um país mais decente, participativo e honesto, princípios básicos de uma Nação democrática.

- A matéria também desconhece o processo de negociação coletiva que houve entre o Estado e a ASA/BA, onde todas as entidades ligadas a esta sempre pautaram o governo de forma clara e transparente, sendo seus projetos analisados criteriosa e rigidamente pelos órgãos do governo (Secretarias, PGE). As entidades prezam por uma gestão de não discriminação, com participação coletiva em suas respectivas áreas de atuação, tendo envolvimento de Igrejas, Sindicatos, Associações, Movimentos Sociais e toda a sociedade civil organizada.

- A matéria ainda passa informações equivocadas quando diz que “Falta Fiscalização”. Ressaltamos que todos os convênios feitos com entidades ligadas a ASA são fiscalizados seriamente pelas Auditorias do Estado, e também da União, quando convênios feitos com recursos do Governo Federal. As entidades respeitam e prezam as legislações vigentes no país para todas as suas esferas de ação.

- Outra questão importante que a matéria ainda desconhece a verdade é quando cita aparelhamento dessas organizações por parte do Estado. Em nenhum convênio feito com entidades ligadas a ASA/BA foram exigidas contrapartidas político partidária, até porque a ASA/BA jamais aceitaria, pois este tipo de ação fere os seus princípios constantes em sua Carta de Princípios que se encontra no sítio: www.asabrasil.org.br para consulta pública.

- Por fim, a ASA/BA vem a público manifestar o seu repúdio com relação à referida matéria por esta tratar de forma leviana as Entidades, cujo trabalho não é citado na matéria, que vem fazendo pelo Semiárido Brasileiro o que em 500 anos de história os Governantes fizeram questão de fechar os olhos. Entidades estas que vem mostrando com um olhar diferente a nossa região e apontando para suas potencialidades, ao contrário do que sempre foi mostrada pela grande mídia. Enfim, fazendo justiça a este povo que sempre viveu às margens das políticas públicas.

- Neste contexto, as entidades se colocam a inteira disposição para ulteriores explicações que se julgarem necessárias, bem como convidamos o Jornal A Tarde para conhecer in loco as ações desenvolvidas pela ASA e suas entidades parceiras, e pisar o chão deste novo olhar sobre o Semiárido que estamos construindo.

Aguardamos, no mínimo, uma retratação pública.

Bahia, Brasil – 04 de agosto de 2010.

Pela Coordenação Estadual Ampliada da ASA/BA:

Agnaldo Rocha Santos

Cleusa Alves da Silva

Climério Vale da Silva

José da Rocha Couqueiro

Otilia Balio Fava

28 de Julho -Dia do Agricultor


O Agricultor


Antônio Cândido Barone

Ele ESTÁ lavrando Uma terra
Com chuva , calor OU sol ;
Nunca Deixa A SUA roça
Agricultor Nosso Irmão !
Uma empunhando enxada SUA
Vive semper capinando ;
A lavoura vai crescendo
QUANDO O Chão vai Cultivando .
E VEM da terra Bendita
Toda Uma fartura e grandeza ;
Da umidade do suor
Ha de brotar Uma riqueza.


Vem dali o Alimento
Que surge do Sacrifício
Vem dali todo o sustento
Através do benefício.


QUANDO passares na Roça ,
Vendo Trabalhar Alguém ,
Respeito com Cumprimente -o
Sem Receio de Abraçar !

Pois Dentro da Natureza,
Esse Alguém - Rosto Suado -
Confundindo -se Terra na,
É Por Deus abençoado!


Quem Somos?


HISTÓRICO DO CEDASB

O trabalho de captação de água de chuva por meio da construção de cisternas para consumo humano foi iniciado em 1999, pela CPT – Comissão Pastoral da Terra da Arquidiocese de Vitória da Conquista, com o apoio da CPT da diocese de Caetité, em parceria com Paróquias, Sindicatos, Associações e Movimentos Sociais, que atuam em nossa região.
A parceria e o trabalho conjunto dessas organizações possibilitaram a execução e implementação de projetos que tem como objetivo firmar as famílias camponesas na perspectiva da convivência com o semiárido.
Esse trabalho possibilitou o debate entre membros dessas organizações para a possível criação de uma entidade que pudesse trabalhar na linha agroecológica, e dar continuidade ao projeto de captação de água de chuva por meio de cisternas para consumo humano.
A partir daí foi lançada uma semente neste chão chamado Sudoeste da Bahia, e adubada com as ações e presença constante dos responsáveis por essa iniciativa. A semente desabrochou, cresceu e virou uma árvore, chamada CEDASB.
Assim, o CEDASB nasceu como resposta a uma necessidade demandada de camponeses e camponesas que lutam por um semiárido digno com vida em abundancia para todos os que nele vivem e acreditam em suas potencialidades econômicas, sociais e culturais.
Desde sua fundação, em 11 de maio de 2006, o CEDASB atua como Unidade Gestora Microrregional – do P1MC - Programa de Formação e Mobilização Social para a convivência com o Semiarido: Um Milhão de Cisternas Rurais, da ASA - Articulação no Semi-Árido Brasileiro; e além do P1MC, está executando convênios com a CAR, através do Projeto Gente de Valor, escritório de Vitória da Conquista; o Projeto Cisternas, em convenio com a SEDES; o Projeto Aguadas, em convenio com o INGA.Os convênios feitos com órgãos do Governo do Estado, são a concretização do Programa Água Para Todos. Tais ações são realizadas nos municípios de Anagé, Belo Campo, Boa Nova, Bom Jesus da Serra, Caetanos, Cândido Sales, Encruzilhada, Manoel Vitorino, Mirante, Planalto, Poções, Ribeirão do Largo e Vitória da Conquista. Até a presente data já beneficiou cerca de 7.000 famílias com recursos públicos, oriundos do governo federal e do governo do estado da Bahia.
Em 2008 e 2009, o CEDASB participou da execução do Projeto cisternas nos municípios de Tremedal, Belo Campo, Manoel Vitorino, Ribeirão do Largo e Vitória da Conquista, pelo convenio firmado entre a Associação Divina Providencia, de Brumado e a SEDES.
Nascido da parceria e esforços de várias organizações da sociedade civil, o CEDASB se faz presente em ações e atividades dos que lutam pela melhoria de vida do povo que vive no semiarido baiano, particularmente no Sudoeste Baiano.

OBJETIVOS DO CEDASB

a) Colaborar no fortalecimento da organização dos agricultores e agricultoras familiares. Assessorar na identificação e busca de soluções para os principais problemas encontrados nos seus sistemas de produção e comercialização. Com isso, procurar melhorar suas condições de vida e de enfrentamento das forças políticas e econômicas adversas;

b) Colaborar na elaboração e proposição de experiências de desenvolvimento rural sustentável do ponto de vista sociocultural, econômico e ecológico;
c) Desenvolver programas e projetos que contribuam com a melhoria da convivência com o semiárido, da produção, alimentação e renda das comunidades dos agricultores e agricultoras carentes;

Nascido da parceria e esforços de várias organizações da sociedade civil, o CEDASB se faz presente em ações e atividades dos que lutam pela melhoria de vida do povo que vive no semiarido baiano, particularmente no Sudoeste Baiano.

Objetivos específicos:

a) Mobilizar, agregar e capacitar organizações da sociedade civil para a criação e implementação de programas de convivência com os ecossistemas, contribuindo para o desenvolvimento rural sustentável a partir do fortalecimento da agricultura familiar com base na agroecologia;
b) Planejar, organizar e executar programas de capacitação e formação de trabalhadores, trabalhadoras e técnicos;
c) Realizar ações de combate a desertificação, denunciar toda e qualquer destruição da natureza, e desenvolver práticas de melhoria, proteção e recuperação do meio ambiente;
d) Apoiar e reforçar iniciativas das organizações da sociedade civil e dos movimentos populares que busquem alternativas de vida, desenvolvendo programas de trabalho e renda, bem como ações de prevenção e tratamento de saúde, educação, esporte, lazer, saneamento, habitação, beneficiando sobretudo as camadas de baixa renda, assim como fomentar estudos e pesquisas;
e) Favorecer o intercâmbio de experiências entre os próprios trabalhadores e destes com entidades afins;
f) Registrar, sistematizar e difundir experiências em tecnologias agroecologicas, sistemas de produção agrícola, organização da produção e comercialização;
g) Produção e divulgação de subsídios necessários ao desenvolvimento de seus trabalhos e objetivos;
h) Produzir trabalhos escritos e audiovisuais, seminários, cursos, debates, conferências e congressos que digam respeito às atividades mencionadas acima.

EXPERIÊNCIAS DESENVOLVIDAS:
Nos últimos anos o trabalho se concentrou com maior intensidade na linha da convivência com o clima semi-árido: recolhimento da água de chuva, introdução e desenvolvimento de experiências alternativas de produção agrícola e pecuária adaptadas ao clima e à realidade local, como hortas, produção de feno e silos, apicultura, caprinocultura e educação contextualizada.

O CEDASB tem atuação na organização solidária e sustentável dos pequenos agricultores da Região Sudoeste da Bahia juntamente com outras organizações da sociedade civil enquanto Comitê Gestor da Cooperativa Mista Agropecuária dos Pequenos Agricultores do Sudoeste da Bahia.
O CEDASB participa enquanto membro e conselheiro do Conselho Municipal de Desenvolvimento de Vitória da Conquista.

Participa, também, com outras representações da sociedade civil organizada do Território de Vitória da Conquista, uma articulação com 24 municípios para o enfrentamento em conjunto dos seus problemas comuns. Os Governos Federal e Estadual dão valor a essa nova forma associativa.
O CEDASB em muitos eventos é convidado para dar palestras de fortalecimento da agricultura familiar e de convivência com o semiárido.