terça-feira, 9 de novembro de 2010

Relatos Que Emocionam E Fortalecem Nossa Luta!!!

Dona Iraci, comunidade Lagoa do João
“CHEGOU O POVO DA ASA!!! VEM JOÃO...”, diz Dona Iraci chamando seu vizinho para nos receber.

Em visita ao município de Poções/BA, especificamente nas comunidades de Lagoa do João e Mulungu II, pudemos ver e sentir a emoção dos beneficiários das cisternas de consumo e de produção. A relação das famílias com toda a equipe do CEDASB/ASA, e principalmente com os projetos desenvolvidos nas comunidades, nos dá um orgulho imenso.

“A grandona quando Deus mandá as água é pra plantação e pros bichinhos, e essa pequena aí minha fia é beber, cozinhar e labutá em casa, êh maravilha!”
Dona Ana, Mulungu II, Poções.

Maravilha, também, é ver que as famílias conseguem pôr em prática os conhecimentos adquiridos e partilhados nos GRH’s[1] e GAP’S[2]. A prova é notória... estão nas paredes de suas casas, onde se visualiza os cartazes dos 10   mandamentos de cuidados com a cisterna, postos com o mesmo zelo que tratam a foto de um filho.
A visita de campo que fazemos, completa a satisfação e o imenso orgulho de todos que participam desse processo de transformação social do povo sertanejo. Receber das famílias o carinho, o respeito, e por que não dizer, a admiração, nos torna cada dia mais íntimos de suas vidas.

“É divera que da uma falta dentro de casa, aí nois pergunta: quando é que Zeca (Fabrício - animador) vem cumer o pirão mais nois, não é Lôra?”
Dona Ana, comunidade de Mulungu II.

Dona Ana ainda relata, no decorrer da conversa, as dificuldades que tinha antes por conta da falta d’água. Conta que seus filhos foram para São Paulo em busca de uma vida melhor, mas, afirma que se fosse nos tempos de hoje, com cisterna no pé da casa, com certeza seus filhos estariam todos perto dela.
Eis, portanto, os motivos que nos impulsionam a seguirmos com o nosso trabalho, transformando, o quanto for possível, a vida desses sertanejos, e promovendo a conscientização sobre as possibilidades de se viver no semiárido com dignidade.

Eduarda Tamires.
Colaboração: Eliane Almeida.
16 de outubro de 2010.



[1] Curso de Gerenciamento de Recursos Hídricos.
[2] Curso de Gerenciamento de água para a produção.

Um comentário:

  1. Sertão, argúem te cantô,
    Eu sempre tenho cantado
    E ainda cantando tô,
    Pruquê, meu torrão amado,
    Munto te prezo, te quero
    E vejo qui os teus mistéro
    Ninguém sabe decifrá.
    A tua beleza é tanta,
    Qui o poeta canta, canta,
    E inda fica o qui cantá.

    (De EU E O SERTÃO - Cante lá que eu canto Cá - Filosofia de um trovador nordestino - Ed.Vozes, Petrópolis, 1982)
    Patativa do Assaré

    Eduarda Tamires

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