Por Viviane Brochardt - ASACom
22/12/2010
A Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA) festeja a chegada de 2011 com dois novos termos de parceria assinados com o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS). Com os contratos será possível dar continuidade às ações do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2) e do Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC).
22/12/2010
A Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA) festeja a chegada de 2011 com dois novos termos de parceria assinados com o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS). Com os contratos será possível dar continuidade às ações do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2) e do Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC).
O primeiro, no valor de R$26 milhões, é destinado à construção de pouco mais de 2 mil cisternas-calçadão, 78 barragens subterrâneas e 78 tanques de pedra. Esses três tipos de reservatórios são destinados à produção de alimentos. Já o segundo termo de parceria, no valor de R$90 milhões, possibilita a construção de 45,7 mil cisternas domiciliares destinadas ao consumo humano. Dessas, 4 mil serão erguidas ao lado de casas a serem construídas pelo Programa Minha Casa Minha Vida, dentro do Plano Nacional de Habitação Rural. Com essa parceria, busca-se a melhoria habitacional, saneamento e abastecimento da população rural da região.
Resultados – Para o desenvolvimento de seus dois programas, a ASA já mobilizou 577,4 milhões de reais, cerca de 80% desses recursos provenientes do governo federal. Observando os resultados já obtidos pelos programas da ASA, chega-se a outros números significativos, principalmente se analisados à luz dos impactos reais na vida das pessoas. Outro dado importante a ser considerado nessas ações é a participação de agricultoras e agricultores familiares da região em todas as etapas dos programas, desde a formulação da estratégia até a implantação das tecnologias.
A garantia da água para o consumo humano foi primordial para que essas famílias pudessem ter uma vida digna no Semiárido. Acreditando que a cisterna é um elemento fundamental nesse processo, em 2000 a ASA iniciou o P1MC, que em seu projeto-piloto construiu 501 cisternas. Em 2001, tem sequência mais uma etapa do Programa, conhecida por P1MC-T, ou Fase de Transição, quando as cisternas passam a ser construídas em larga escala com 12.743 unidades. É em junho de 2003 que o Programa Um Milhão de Cisternas é plenamente estruturado. Desde então, 1,3 milhão de pessoas de 1.076 municípios já têm água na porta de casa, com a construção 322 mil cisternas domiciliares com capacidade para 16 mil litros. Nesse ano de 2010, o Programa ampliou seu raio de ação passando a atuar também nas comunidades escolares, com a construção de 842 cisternas de 52 mil litros erguidas nas unidades municipais de ensino.
No Semiárido, ter acesso à água também para produzir alimentos é outro desafio. Por isso, a ASA iniciou em 2007 o P1+2. Esse Programa já construiu 6.937 tecnologias sociais para armazenar de água de chuva, sendo 6.293 cisternas-calçadão, 385 barragens subterrâneas, 258 tanques de pedra. Além desses reservatórios, o Programa também instalou 208 bombas d’água populares que possibilitam a extração de água em poços tubulares já existentes na região. Com esses equipamentos, 51.250 pessoas foram beneficiadas com água para plantar e para criar seus animais, promovendo a segurança alimentar no Semiárido.
O P1+2 também realizou 6.225 visitas de intercâmbios entre agricultores e agricultoras e sistematizou 634 experiências desenvolvidas pelos camponeses e camponesas da região. Esses registros foram publicados em boletins, somando 63.400 exemplares. Tanto o intercâmbio quanto a sistematização valorizam o conhecimento popular e a troca horizontal de saberes, configurando-se importantes instrumentos pedagógicos voltados para o fortalecimento da agricultura familiar e camponesa e para a convivência com o Semiárido.
Parabéns a ASA e ao MDS por dar continuidade a esta frutífera parceria que vem transformando o nosso semiárido. Quem ganha é o nosso povo. E vamos em frente.
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