quarta-feira, 13 de abril de 2011

A seca e as cercas


foto arquivo do CEDASB.

No coração do sertanejo a cerquidão se faz cultura
Na dura expressão da dor, aguda e farpada
Como mourões, nas mentes nativas plantada
E quando o R permeia a seca,
Muda e emudece metade do começo
O cansaço seca os lábios
E a indignação alaga o olhar, O suor salgado que engasga
Nos impede de gritar E a vida não se conforma a viver de tão estranha forma.
O mundo direito se espalha e se ampara
Na proporção que o esquerdo se encurrala.
Ao passo que aumenta os pastos Inaugura-se a segregação dos laços
Trilhas marcadas por flores murchas
Mas... A vida não se conforma a viver de tão estranha forma
A proposta está lançada, caminhemos e lutemos depressa
Como contraponto a essa unidade perversa
Pra que mesmo na sequidão dos olhos, d’água se aflore esperanças
Ainda que semi-áridas De que jamais sobre o Sertão, lagrimas salguem o sabor de ser criança
E ao brilho do sol, no germinar da semente
Juntos vão cantar a canção que embala o sorriso dessa gente
Lutemos e Caminhemos Como guerreiros, de honra e coração
Guerreiros são terra, de foice e facão
Lutemos e caminhemos
Antes que a vida se faça ilusão. 

Clebson Souza de Almeida- CAV
Turmalina - MG
29/03/2011

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