quarta-feira, 25 de julho de 2012

Mobilização contra o projeto de irrigação da Chapada do Apodi

Chapada do Apodi/RN

A ASA (Articulação no Semi-Árido Brasileiro), e os movimentos do campo solicitam a todos que enviem, para a Secretaria Geral da Presidência da República, manifestações contrárias a implementação do projeto de irrigação da Chapada do Apodi, através de e-mails para: sg@planalto.gov.br; casacivil@planalto.gov.br; gabinete@planalto.gov.br; com cópia para strapodi@hotmail.com.




Sugestão de texto para o e-mail de protesto para a Secretaria Geral da Presidência:

Assunto: Não a instalação do perímetro irrigado no município de Apodi-RN

À Presidência da República do Brasil,

Nos solidarizamos aos nossos companheiros e companheiras de Apodi/RN e solicitamos do Governo Federal a imediata transformação do projeto do DNOCS que só interessa ao agro e hidronegócio e destrói comunidades rurais, em um projeto que promova a soberania dos povos e fortaleça as experiências de soberania alimentar e convivência com o semi-árido já em curso na região.

Vamos nos mobilizar!

segunda-feira, 23 de julho de 2012

ASA intensifica mobilização contra o uso eleitoreiro da água


Campanha pretende combater o uso da água por troca de votos agravado pela seca prolongada no Semiárido
Daniel Lamir - ASACom
18/07/2012

População deve ficar alerta para o uso eleitoreiro de carros-pipa. Foto: Eduardo Queiroga - Arquivo ASAcom
Ao longo dos séculos, as oligarquias do Semiárido aproveitaram as grandes secas para aumentar suas riquezas e seu poder. Neste cenário, as políticas públicas de distribuição de água deixaram de cumprir deveres para funcionar como moeda de troca por votos ou favores para grandes proprietários de terras ou de pessoas ligadas a eles. Neste contexto, as articulações políticas e busca por votos para as eleições municipais 2012 estão sendo realizadas na região. As irregularidades na troca de água por voto ferem a Lei Federal 9.840, de setembro de 1997, conhecida como Lei de Combate à Corrupção Eleitoral.

“Constatamos que permanece a política da Indústria da Seca, onde todos aqueles benefícios que a sociedade poderia estar utilizando para a qualidade de vida ainda estão sendo utilizados para fins eleitoreiros por políticos desonestos”, alerta o coordenador da ASA pelo estado do Piauí, Carlos Humberto.

Com o objetivo de alertar, fiscalizar e denunciar os abusos no uso eleitoreiro da água, a  Articulação vem promovendo a campanha “Não Troque Seu Voto por Água. Água é Direito Seu”. A iniciativa está convocando as famílias agricultoras, além das organizações que atuam no Semiárido e as Comissões Municipais da ASA dos nove estados do Nordeste, além de Minas Gerais. No final de maio, a ASA também encaminhou um ofício a presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministra Cármen Lúcia Antunes Rocha, solicitando o apoio da entidade para a campanha.

Na semana passada, durante a reunião da Coordenação Executiva da ASA, os representantes estaduais discutiram uma série de ações para fortalecer a campanha nas comunidades. Entre elas, a produção de materiais de comunicação como spots, programas de rádio e panfleto de divulgação. As entidades em cada estado também vão confeccionar faixas para serem distribuídas nas comunidades divulgando o contato dos órgãos responsáveis por receber as denúncias, como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ministério Público e Tribunal Regional Eleitoral.

“Estamos chamando todas as organizações da ASA, além dos agricultores e agricultoras para dizer um ‘não’ e um ‘basta’ a essa prática eleitoreira que coloca mais dificuldade na mobilização das pessoas e dificulta uma política de convivência com o Semiárido”, salienta Carlos Humberto. 
Com a proposta da convivência com o Semiárido, a ASA desenvolve programas e ações pela autonomia das famílias agricultoras, através do acesso e garantia do direito à água. A atuação da ASA vai além do desenvolvimento de tecnologias sociais para a captação e armazenamento de água para beber, produzir e criar animais. A campanha “Não Troque Seu Voto por Água. Água é Direito Seu” reforça a linha de trabalho educativo, mobilizador e organizacional, articulado por cerca de 3000 instituições da sociedade civil que formam a ASA.  

“É um processo longo e transformador. Ao avaliarmos os impactos desta seca, percebemos que hoje existe mais consciência e cidadania. Mas é preciso trabalhar cada vez mais para libertar a sociedade da presa de políticos que não estão comprometidos com uma política limpa”, define Carlos Humberto.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

CEDASB realiza capacitação de Comissões Municipais no projeto P1+2 da ASA

Comissões Executivas de onze municípios participam de formação e analisam situação dos municípios durante a seca.










Rodrigo de Castro Dias, Comunicador Popular do Cedasb/P1+2
20/07/2012

Nos dias 17 e 18 de Julho foi realizada, em Vitória da Conquista - BA, um encontro entre o Centro de Convivência e Desenvolvimento Agroecológico do Sudoeste da Bahia (CEDASB), e membros das Comissões Executivas Municipais (CEM) de municípios da região Sudoeste, com o objetivo de definir ações a serem desenvolvidas no âmbito dos projetos da ASA (Articulação no Semi-Árido Brasileiro) para a convivência com o semiárido, além de debater sobre as questões relativas à prolongada estiagem e suas consequências para as comunidades rurais.


Entre as várias questões abordadas durante os dois dias de encontro, está a apresentação do projeto P1+2 (Programa uma terra e duas águas) para os representantes das comunidades rurais. Este projeto visa à continuidade no processo de convivência com o semi-árido, focando a oferta de água para a produção de alimentos, além de capacitar as famílias no uso adequado das tecnologias utilizadas pelo programa. O P1+2 prevê a utilização de diversas estruturas para a captação e armazenamento da água da chuva, como a cisterna calçadão, barraginhas, tanque de pedra, barragem subterrânea, cisterna de enxurrada, bomba d'água popular (BAP) e barreiro trincheira, totalizando 259 implementações que vão atender 385 famílias nos municípios de Anagé, Bom Jesus da Serra, Cândido Sales e Encruzilhada.

No encontro também foi comunicada aos membros das comissões que a nova UGM (Unidade Gestora Micro Regional) executora do projeto P1MC (Programa 1 Milhão de Cisternas) na região sudoeste é o ISFA (Instituto de Formação Cidadã São Francisco de Assis), que assume a responsabilidade de dar continuidade a implementação das cisternas de água para consumo humano. Segundo o presidente do ISFA, José Francisco, "nossa missão é proporcionar ações transformadoras e sustentáveis por meio de projetos racionais e equipes comprometidas com o desenvolvimento social, fortalecendo a cultura e a conservação do meio ambiente". O CEDASB passa a ser, assim, uma UGT (Unidade Gestora Territorial) do projeto P1+2 no sudoeste baiano.

Segundo Dilvan Soares, membro da Comissão Executiva Municipal no município de Anagé, "essas ações são de suma importância, elas mudam realmente a realidade do sertanejo". Ele afirma também que "esse papel que a ASA desenvolve a nível nacional, e falando aqui da nossa região o CEDASB, a gente vê a mudança significativa na qualidade de vida das pessoas, desde a criança até o idoso, e percebemos que as pessoas também mudam seu hábito de vida. Pessoas que passavam o dia na estrada buscando água em longas distâncias, a gente percebe que essas crianças hoje possuem mais tempo para estar na escola, e os pais tem mais tempo para se dedicar a outras atividades".

PROTAGONISTA - O programa P1+2, junto com o P1MC, assume um papel central nas políticas de convivência com o semiárido. "São os principais programas da ASA", afirma Everaldo Rocha Mendonça, presidente do CEDASB, reiterando sua fundamental importância no cronograma de objetivos da ASA de longo prazo. Destaca-se também a cooperação entre o P1+2 e ações emergenciais e estruturantes do governo federal para a agropecuária e as famílias prejudicadas pela estiagem, como o PAA (Programa de Aquisição de Alimentos), o Bolsa Estiagem e o Garantia Safra. Para o coordenador executivo da ASA Bahia, Climério Vale, é fundamental incentivar a politização do debate acerca das ações de convivência com o semi-árido, e estimular a busca pela informação por parte das pessoas. "Vamos nos informar mais sobre esses programas que existem para a melhoria da qualidade de vida do agricultor e da agricultora", conclama.

Para a gerente do P1+2 na região sudoeste, Renata Patrícia Bastos Gomes Belinato, a utilização de várias tecnologias simultaneamente representa um desafio do ponto de vista operacional. "São vários cursos técnicos, intercâmbios, encontros municipais e territoriais, e a execução de todas essas atividades demanda uma grande entrega dos técnicos, animadores, de todos os envolvidos. Mas ao mesmo tempo estar envolvida em um projeto social tão amplo traz uma grande satisfação pessoal, de estar contribuindo de forma tão significativa para a melhoria na qualidade de vida de tantas famílias", conclui.

No final, o saldo do encontro foi positivo. Para Jozimar Antonio Basoni, coordenador do projeto P1+2 no CEDASB, o principal objetivo era, além de apresentar o projeto para as comissões municipais, envolvê-los de forma ativa nas discussões, incentivando-os a emitir opiniões e participar do planejamento das atividades. "Eu creio que isso que é importante na capacitação, não é [só] a equipe técnica apresentando o projeto e dizendo o que tem que ser feito, a gente apresenta o que está posto, as metas que temos que seguir e as atividades a serem desenvolvidas, mas também que a comissão participe dessa discussão para quando for a hora de colocar em prática lá nas comunidades, a comissão ajude a decidir qual o melhor caminho a seguir, ou seja, as melhores decisões a serem tomadas, atendendo as famílias, respeitando, é claro, os critérios do programa".